Mário de Sá-Carneiro
Esta terça-feira passam cem anos sobre a morte do poeta modernista e da geração d’Orpheu Mário de Sá-Carneiro.
Há cem anos, Portugal vivia a agitação dos primeiros anos da República e a Europa era o palco do horror do primeiro conflito à escala global. A incerteza era o único dado adquirido. A 26 de abril de 1916, num quarto de hotel em Paris, Mário de Sá-Carneiro, poeta d’ Orpheu, perdia-se para sempre no “labirinto de si próprio”. Os seus precipícios nunca tiveram grades. A dor, esbatida nos seus versos, não era fingimento. Tudo na vida lhe era pungente. Num triste golpe de asa, cinco frascos de arseniato de estricnina levaram, naquele dia, um dos mais originais poetas portugueses do séc. XX, a quem faltou sempre um pouco mais de sol. Um pouco mais de azul.
In Expresso de 25/04/2016